Vias de nascimento do bebê

Vias de nascimento do bebê


Quais são as vias de nascimento?

    O nascimento é um momento incrível e emocionante na vida de uma pessoa. Existem diferentes vias de nascimento e a via mais segura depende das circunstâncias e preferências individuais. 

    Neste artigo, vamos explorar as diferentes vias de nascimento, discutindo suas características, benefícios e considerações importantes. Entender essas opções pode ajudar as/os futuras/os gestantes e suas famílias a tomar decisões informadas sobre o processo de nascimento.

1. Parto vaginal

1.1. O que é o parto vaginal?

    O parto vaginal é a forma mais comum de nascimento e ocorre quando o bebê nasce através do canal vaginal da/do parturiente. Esse processo pode ser totalmente natural, de maneira espontânea, ou pode ter intervenções realizadas por profissionais de saúde.

Imagem ilustrando o acontecimento de um parto normal em uma sala de parto

1.2. Benefícios do parto vaginal

    Existem diversos benefícios associados ao parto vaginal. Essa via de nascimento permite uma recuperação mais rápida da/do parturiente, reduzindo o tempo de internação hospitalar. Além disso, o contato inicial entre a/o parturiente e o bebê é facilitado, o que promove o vínculo afetivo e a amamentação. 

    O parto vaginal também está associado a um menor risco de complicações respiratórias para o recém-nascido e menor risco hemorrágico e infeccioso para a/o parturiente quando comparado com outras vias de nascimento. 

    Por mais, durante o parto normal, o bebê entra em contato com as bactérias presentes no canal vaginal da/do parturiente. Essa exposição inicial ajuda a colonizar o intestino do bebê com uma microbiota saudável, fortalecendo seu sistema imunológico e protegendo-o contra infecções futuras e outros diversos benefícios (menor taxa de obesidade, diabetes...).

1.3. Considerações importantes sobre o parto vaginal

    Existem algumas considerações importantes a serem levadas em conta. Algumas pessoas podem não ser candidatas ideais para o parto vaginal, como aquelas com algumas complicações médicas pré-existentes ou gestações de alto risco (mas, apenas em alguns casos). É essencial discutir as opções de parto com um profissional de saúde para garantir a segurança da/do parturiente e do bebê.

2. Cesariana

2.1. O que é uma cesariana?

    A cesariana é um procedimento cirúrgico em que o bebê é retirado do útero através de uma incisão no abdômen e no útero da/do gestante. Essa via de nascimento é realizada quando o parto vaginal não é possível, seguro ou preferido.

Imagem ilustrando a retirada de um bebê por cesariana

2.2. Benefícios da cesariana

    A cesariana pode ser necessária em várias situações, como algumas gestações de alto risco, apresentação anormal do feto ou problemas de saúde da/do gestante. Essa via de nascimento pode ser a opção mais segura em determinados casos.

    As indicações reais para a realização de uma cesariana em torno das situações obstétricas são: 

1. Prolapso de cordão (com dilatação não completa);

2. Descolamento prematuro da placenta com feto vivo (fora do período expulsivo);

3. Placenta prévia parcial ou total;

4. Apresentação córmica (situação transversa) durante o trabalho de parto;

5. Ruptura de vasa prévia;

6. Herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto;

7. Desproporção cefalopelvica (erroneamente diagnosticada em alguns casos);

8. Sofrimento/depressão fetal agudo (erroneamente diagnosticado em alguns casos);

9. Parada de progressão que não resolve com as medidas habituais (correção da hipoatividade uterina, amniotomia) - (erroneamente diagnosticada em alguns casos);

10. Apresentação pélvica (conduta individualizada, o parto pélvico só deve ser tentado com equipe experiente e se essa for a decisão da/do gestante; é válido discutir riscos e benefícios);

11. Cesarianas anteriores (duas ou mais): o risco potencial de uma ruptura uterina (0,5% a 1,5%) deve ser pesado contra os riscos de se repetir uma cesariana, que variam desde lesão vesical, lesão intestinal, hemorragia, infecção e maior chance de histerectomia;

12. HIV/Aids (cesariana indicada se HIV+ com contagem de CD4 baixa ou desconhecida e/ou carga viral acima de 1.000 cópias ou desconhecida - conduta: individualizar casos em trabalho de parto e na presença de ruptura de membranas).

2.3. Considerações importantes sobre a cesariana

    Embora a cesariana seja uma opção segura em alguns casos, é um procedimento cirúrgico que envolve riscos. A recuperação pode levar mais tempo em comparação com o parto vaginal, e existem riscos associados à anestesia e à cirurgia em si. 

    É importante discutir com a equipe os prós e contras da cesariana antes de tomar uma decisão e algumas situações são frequentemente diagnosticadas equivocadamente, como a desproporção cefalopelvica, o sofrimento fetal agudo e a parada de progressão do parto.

3. Parto Fórceps

3.1. O que é o fórceps?

    O parto fórceps é um procedimento que pode ser realizado quando há dificuldades durante o trabalho de parto e o parto vaginal não progride adequadamente. É um método obstétrico que envolve a inserção cuidadosa de um instrumento em forma de pinça, chamado fórceps, na vagina da/do parturiente. Ele é posicionado ao redor da cabeça do bebê para auxiliar sua saída durante as contrações.

    Em todo caso, não significa que o parto não tenha sido vaginal, porém, é comumente chamado de parto fórceps quando há esse auxílio no nascimento. Atualmente, também vem sendo feito o uso do vácuo extrator.

Imagem ilustrando o instrumento fórceps

3.2. Indicações do uso do fórceps

Parturiente

- Exaustão da/do parturiente

- Doença pré-existente na/no gestante (condição cardiovascular, pulmonar ou intracraniana, para evitar esforços expulsivos exagerados) - por exemplo: cardiopatas, pneumopatas, fadiga ou dessaturação por COVID-19, gestantes com eclâmpsia

Importante: a antiga condição "período expulsivo prolongado" como indicação para parto instrumental não persiste na Obstetrícia moderna, pois devido à ampla variação dos limites da normalidade para duração do segundo estágio, não há motivo para intervir se parturiente e bebê estão bem. (ACOG,  WHO)

Fetais

- Frequência cardíaca fetal não tranquilizadora.

- Evidência de descolamento prematuro de placenta no período expulsivo.

Observação: Todas essas indicações para o uso do fórceps não são indicações absolutas, há outras alternativas antes de se optar pela utilização desse instrumento.

3.3. Considerações importantes sobre o parto fórceps

    Embora o parto fórceps seja considerado seguro quando realizado por profissionais experientes, há alguns riscos e complicações associados ao procedimento. Esses podem incluir lacerações vaginais, lesões no bebê, hemorragia pós-parto e infecções.

    Após o parto fórceps, a/o parturiente pode precisar de alguns cuidados extras para se recuperar adequadamente. Isso pode envolver repouso, medicação para controle da dor e acompanhamento médico regular para garantir uma recuperação saudável.

Qual via de nascimento escolher?

    O nascimento é um momento único e especial na vida de uma pessoa. As vias de nascimento, como o parto vaginal, a cesariana e o parto fórceps, são opções diferentes para o nascimento de acordo com as necessidades da/do parturiente e circunstâncias. É essencial discutir essas opções com profissionais de saúde qualificados para tomar decisões informadas. Lembre-se de que cada experiência de nascimento é única e o mais importante é garantir a segurança da/do parturiente e do bebê.


FAQs (Perguntas Frequentes)

1. O parto vaginal é seguro?

Sim, o parto vaginal é geralmente seguro para pessoas saudáveis, com gestações de baixo risco e também para algumas situações de alto risco. No entanto, é importante discutir suas circunstâncias individuais com um profissional de saúde.

2. Quando a cesariana é necessária?

A cesariana é necessária em casos em que o parto vaginal não é seguro ou possível, como algumas gestações de alto risco (não todas), problemas de saúde com a/o gestante ou apresentação anormal do feto.

3. Quanto tempo leva para se recuperar de uma cesariana?

A recuperação de uma cesariana pode levar de algumas semanas a alguns meses. É importante seguir as orientações médicas e descansar adequadamente durante o período de recuperação.

4. O que devo levar em consideração ao tomar uma decisão sobre a via de nascimento?

Ao tomar uma decisão sobre a via de nascimento, é importante considerar sua saúde, circunstâncias individuais, riscos e benefícios de cada opção. Discutir com um profissional de saúde qualificado pode ajudar a tomar a melhor decisão para você e seu bebê.



Demais fontes: BLOG ESTUDA, MELANIA, ESTUDA!

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